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A bilirrubina é uma substância amarelada que permanece no plasma até ser eliminada na urina. Indica se a função hepática e biliar funcionam como deviam.

Valores normais: 0,2-1 mg/dL.

Níveis elevados de bilirrubina devem-se a defeitos genéticos no metabolismo e podem indicar problemas no fígado, baço, rins ou vesícula biliar.

O sódio é tão importante como o potássio na contração muscular e transmissão neuromuscular.

Valores normais: 135-145 mmol/L.

Baixos níveis de sódio significam perda de peso, secura ocular e taquicardia. Devem-se à perda de sódio através de vómitos, diarreia e transpiração excessiva ou defeito nas hormonas adrenais.

Níveis elevados de sódio podem dever-se ao aumento de ingestão de sal ou à diminuição de ingestão de água.

O potássio é um elemento importante na contração muscular e transmissão neuromuscular.

Valores normais: 3,5-4,5 mmol/L.

Os baixos níveis de potássio são causados pela diminuição da ingestão de alimentos fonte de potássio, vómitos, diarreia, hipotermia e alterações hormonais. Manifesta-se por fadiga, cãibras musculares, fraqueza e paralisia.

Níveis elevados de potássio são causados pelo aumento da ingestão, insuficiência renal e hiperglicemia. Manifesta-se por arritmias cardíacas, dificuldade em engolir e dormência nas mãos e pés.

O ferro é fundamental para a estrutura da hemoglobina e para o transporte de oxigénio para o corpo.

Valores normais: 50-150 mg/dL.

Os baixos níveis de ferro na hemoglobina fazem com que o oxigénio e os nutrientes não cheguem corretamente aos tecidos do corpo, causando cansaço, fraqueza muscular e anemia.

Níveis altos de ferro na hemoglobina estão ligados a doenças como a hemocromatose, ao excesso de transfusões sanguíneas ou ao uso de suplementos vitamínicos. Podem causar cansaço, perda de peso sem causa aparente, fraqueza, queda de cabelo e alteração no ciclo menstrual.

O cálcio é um mineral essencial para o funcionamento do nosso organismo. A sua função está relacionada com a estrutura óssea.

Valores normais: 8,5-10,5 mg/dL.

Baixos níveis de cálcio (hipocalcemia) podem dever-se à toma de certos medicamentos, desnutrição, cirrose, doenças renais, pancreatite, etc.

Níveis elevados de cálcio (hipercalcemia) podem ser causados por insuficiência renal, exagero de cálcio na dieta, hipertiroidismo, certos medicamentos e tumores. Esta condição pode enfraquecer os ossos, conduzir à formação de cálculos renais e interferir no funcionamento do coração e do cérebro.

A fosfatase alcalina é a proteína envolvida na mineralização dos ossos.

É uma enzima presente em múltiplos tecidos do corpo, contabilizando-se em maior quantidade nas células dos ductos biliares, que são os canais que conduzem a bile do interior do fígado para o intestino, fazendo a digestão das gorduras, e nos ossos, sendo produzida pelas células envolvidas na sua formação e manutenção.

Valores normais: 89-280 unidades/L.

Baixos níveis de fosfatase alcalina devem-se à desnutrição, hipofosfatasia, (doença genética que provoca deformações e fraturas nos ossos), deficiência de magnésio, hipotireoidismo, diarreia grave e anemia severa.

Regra geral, elevados níveis desta enzima estão relacionados com problemas de fígado (obstrução biliar, insuficiência renal, cirrose) ou um aumento na atividade da formação óssea. Podem também acontecer durante o crescimento das crianças, e devem-se a doenças dos ossos, como infeções ou infiltrações.

Enzimas cujo valor elevado no sangue pode indicar lesões no fígado. A obesidade é um fator de risco para a acumulação de gordura no fígado, podendo aumentar o nível de transaminases.

Existem três tipos de transaminases:

– GOT – proteína-chave no fígado e no coração, que é libertada no sangue quando se verificam alterações nestes órgãos.

Valores normais: 7-40 unidades/L.

– GPT – proteína encontrada em grandes quantidades no fígado, que aumenta com a falência deste órgão.

Valores normais: 5-43 unidades/L.

Os níveis elevados de GPT são causados por doenças do fígado.

– GGT – proteína libertada através do fígado quando este sofre uma lesão. Está particularmente associada à ingestão de álcool.

Valores normais: 12-55 unidades/L.

Os níveis elevados de GGT são causados por tumores, colestase intra e extra hepática e cirrose alcoólica.

Os triglicéridos são as principais gorduras do nosso organismo, compõem a maior parte das gorduras de origem vegetal e animal da nossa dieta, ajudando o organismo a produzir energia.

Estão presentes em variadíssimos alimentos, contudo a maior parte que circula na corrente sanguínea é produzida pelo nosso próprio organismo, através do fígado.

Valores normais: 30-280 g/dL nos homens e 30-220 mg/dL nas mulheres.

Os elevados níveis de triglicerídeos (hipertrigliceridemia) devem-se a uma dieta rica em gorduras, hipotireoidismo, obesidade, diabetes Mellitus, insuficiência renal, dieta hipercalórica, consumo excessivo de álcool, uso contínuo de determinados medicamentos e também pode ser hereditário.

O colesterol é uma gordura essencial existente no nosso organismo, em parte produzida pelo fígado mas também obtida através da alimentação.

Valores normais: 120-200 mg/dL.

Altos níveis de colesterol dão origem a nódulos amarelos na pele e a nódulos em redor dos olhos. Quando assim é, deve analisar-se o HDL e o LDL, que somados dão origem ao colesterol total.

– HDL – é o chamado “colesterol bom”. É a proteína capaz de transportar o colesterol do interior das artérias para o fígado, para ser metabolizada.

Valores normais: 42-90 mg/dL.

Os baixos níveis de HDL são mais comuns em mulheres e são um fator de risco para sofrer de episódios de isquemia cardíaca e para a aterosclerose.

Os elevados níveis de HDL podem dar origem a doenças cardiovasculares graves.

– LDL – é o chamado “colesterol mau”. Este tipo de colesterol contribui para a formação de depósitos de gordura nas paredes e no interior das artérias.

Valores normais: 0-160 mg/dL.

Os altos níveis de LDL contribuem para doenças cardíacas em prol de doenças do coração.

A creatinina é um produto do metabolismo muscular, filtrada do sangue pelos rins e excretada pela urina.

Este exame permite avaliar a condição renal visto que quando os seus valores no sangue estão acima do normal, pode indicar que não a substância não está a ser devidamente excretada pelos rins o que se pode traduzir numa lesão ao nível dos vasos sanguíneos dos rins, uma redução do fluxo sanguíneo para os rins ou até uma infeção renal.

Valores normais: 0,6 a 1,2 mg/dL nos homens e 0,5 a 1,1 mg/dL nas mulheres.

Baixos níveis de creatinina são observados em utentes com reduzida massa muscular ou com distrofias musculares graves.

Níveis elevados de creatinina são causados por desidratação, insuficiência renal, alterações do trato urinário.

O ácido úrico é uma substância formada pelo organismo após a digestão das proteínas, eliminada pelos rins.

Valores normais: 2-7 mg/dL.

Os baixos níveis de ácido úrico devem-se a algumas doenças nos túbulos renais ou a dietas muito pobres em proteína.

Os níveis elevados de ácido úrico devem-se à gota, pedras nos rins e insuficiência renal. Podem também ocorrer devido a diabetes, alcoolismo e ao consumo de alimentos muito ricos em proteína, como os frutos do mar, espinafres e carnes vermelhas.

 

A glicemia é o termo que se refere à quantidade de glicose, mais conhecido como açúcar, no sangue que chega através da ingestão dos alimentos que contém carboidratos.

A concentração de glicose no sangue é controlada por duas hormonas, a insulina que é responsável pela diminuição do açúcar na corrente sanguínea e o glucagon que tem função de aumentar os níveis de glicose.

Valores normais: 70-110 mg/dL (em jejum).

Baixos níveis de glicemia (hipoglicemia) estão associados a um longo período de jejum, defeito da insulina ou causa hereditária. Provoca tonturas, sonolência e perda de consciência, convulsões, frequência cardíaca baixa e, em casos mais extremos, o coma.

Os níveis elevados de glicemia (hiperglicemia) podem ser provocados por certos medicamentos e doenças, dão origem a diabetes, e podem indicar intolerância à glicose.

A segmentação de eritrócitos mede a taxa de células vermelhas que se estabelecem no sangue num determinado momento (1-2 horas).

Valores normais: 0-10 mm/h nos homens e 0-20 mm/h nas mulheres.

Níveis elevados de segmentação de eritrócitos podem estar associados a linfomas, leucemias e processos inflamatórios crónicos, mas também a processos fisiológicos como a gravidez e a menstruação.

As plaquetas, também conhecidas como trombócitos, são células do sangue produzidas pela medula óssea e que são responsáveis pelo processo de coagulação sanguínea, havendo maior produção de plaquetas quando ocorrem sangramentos, por exemplo, impedindo a perda de sangue excessiva.

Valores normais: 150.000 a 400.000/mm3.

Os baixos níveis de plaquetas são conhecidos por trombocitopénia e devem-se a uma acumulação anormal de plaquetas no baço, que resulta em sangramentos no nariz, gengivas, hematomas na pele, sangue na urina e fezes, etc.

Níveis elevados de plaquetas designam-se por trombocitose e pode levar à formação de trombos nas artérias. Pode acontecer devido a hemorragias agudas, certas doenças ou operações impróprias à coluna vertebral. A anemia é uma das principais causas patológicas de trombocitose.

Também conhecidos por glóbulos brancos, os leucócitos defendem o organismo das agressões externas e, por isso, se houver um baixo nível de leucócitos a pessoa está mais propensa a infeções.

Existem os:

– Linfócitos – são importantes nas células do sistema imunitário, pois são capazes de responder a agentes desconhecidos para o organismo.

Valores normais: 1300-4000/mL.

Os baixos níveis de linfócitos são designados por linfopénia e são encontrados em pessoas com o sistema imunitário fraco ou que estão a fazer quimioterapia.

Os níveis elevados de linfócitos designam-se por linfocitose e aparecem em pessoas com doenças agudas, crónicas infecciosas, alergias a medicamentos e linfoproliferativas como a leucemia.

– Neutrófilos – são responsáveis pela destruição da bactérias, restos celulares e partículas sólidas.

Valores normais: 2000-7500/mL.

Os baixos níveis de neutrófilos são designados por neutropénia e causa no paciente uma particular vulnerabilidade a infeções.

Níveis elevados de neutrófilos, designados por neutrofilia, são causados por infeções, inflamações, queimaduras, hemorragias agudas, tabaco, etc. Também podem ser associados a processos de morte celular em algum tecido, tal como acontece no enfarte do miorcárdio.

– Eosinófilos – são importantes na defesa contra infeções parasitárias.

Valores normais: 50-500/mL.

Baixos níveis de eosinófilos são raros, mas podem acontecer em casos de infeções bacterianas agudas, doenças autoimunes, tumores, etc.

Os níveis elevados de eosinófilos designam-se por eosinofilia. Estes podem indicar alergias, asma e infeções e estão associados a doenças intestinais, celíacas e pulmonares.

A hemoglobina corpuscular média determina a quantidade média de hemoglobina em cada glóbulo vermelho do sangue. Ajuda a classificar a anemia como hipocrómica – quando há um baixo nível de HCM – e hipercrómica – quando há um alto nível de HCM.

Valores normais: 27-33 pc (picogramas).

Baixos níveis podem ser indicadores de anemia hipocrómica que pode ser causada por anemia ferropriva, devido a falta de ferro, e a talassemia, que é um tipo de anemia genética.

Altos níveis podem ser indicadores de anemia hipercrómica, alterações da tireoide ou alcoolismo. As causas de HCM alto podem dever-se ao aumento do tamanho dos glóbulos vermelhos são maiores que o desejado, levando ao surgimento de anemia megaloblástica causada pela falta de vitamina B12 e ácido fólico.

O volume corpuscular médio determina a dimensão média dos glóbulos vermelhos. Isto ajuda a classificar a anemia como macrocítica ou microcítica, consoante os tamanhos dos glóbulos vermelhos.

Valores normais: 80-100 fL (fentolitros por glóbulo vermelho).

Baixos níveis de volume corpuscular médio podem ser causados por um défice de vitamina B12 ou ácido fólico, doenças hepáticas ou álcool.

Níveis elevados de volume corpuscular médio podem ser causados por anemia ou alteração da hemoglobina.

O hematócrito é a percentagem de volume ocupada pelos glóbulos vermelhos no volume total de sangue.

Valores normais: 41-53% nos homens e 36-46% nas mulheres.

Os baixos níveis de hematócritos podem ser indicativos de anemia, sangramentos, desnutrição, falta ou diminuição de vitamina B12, ácido fólico ou ferro.

Altos níveis de hematócritos podem ser causados por problemas cardíacos, desidratação, doenças pulmonares crónicas, etc.

A hemoglobina é uma proteína presente no interior dos glóbulos vermelhos, responsável pelo transporte do oxigénio dos pulmões para as células do organismo e do dióxido de carbono de volta aos pulmões, e dá a cor vermelha aos glóbulos vermelhos.

Valores normais: 13,5-17,5 g/dL nos homens e de 12-16 g/dL nas mulheres.

Os baixos níveis de hemoglobina causam a ineficiência da função das células vermelhas do sangue, dando origem à anemia. Pode também acontecer devido à deficiência de ferro e vitaminas, além do uso de certos medicamentos.

Níveis elevados de hemoglobina podem contribuir para a policitemia, facilitando o risco de tromboses nos vasos sanguíneos. Pessoas com doenças cardíacas, problemas pulmonares crónicos ou que vivam em áreas de alta altitude, têm mais probabilidade que vir a sofrer com níveis elevados de hemoglobina.

Os glóbulos vermelhos são as células mais importantes do sangue, responsáveis pelo transporte de oxigénio para as outras células do corpo.

Valores normais: 4,5-5900000/ml nos homens e 4.000.000-5.200.000/ml nas mulheres.

Os baixos níveis de glóbulos vermelhos devem-se ao sangramento (por exemplo, devido a menstruações mais fortes), o que faz com que as células do corpo não recebam oxigénio suficiente, ao qual se chama de anemia.

Aos níveis elevados de glóbulos vermelhos no sangue chama-se policitemia, processo que faz com que o sangue fique mais espesso do o que o normal, facilitando o risco de tromboses nos vasos sanguíneos. Isto pode dever-se a uma medula óssea excessiva hiperativa, uma vez que é aqui que são produzidas todas as células sanguíneas, ou ao consumo de tabaco, pois este reduz a quantidade de oxigénio no sangue, o que resulta no aumento de produção de glóbulos vermelhos.